Alvo são pedestres que se acham os donos da rua, atravessam de qualquer maneira, sem fazer sinal, como se os motoristas tivessem a obrigação de adivinhar a intenção deles ao se aproximarem da faixa.
A maior cidade brasileira está começando uma campanha nova de educação de trânsito pra reduzir o número de atropelamentos. Só nos primeiros seis meses deste ano, eles mataram 325 pessoas.
A faixa de pedestres já existe há mais de cem anos. Uma delas, famosíssima, até virou patrimônio histórico na Inglaterra. Mas a zebra do asfalto foi tão ignorada no Brasil que, há cinco meses, as autoridades de São Paulo decidiram apresentá-la aos motoristas, como se fosse uma novidade.
A campanha veio depois de um ano em que 630 pessoas morreram atropeladas em São Paulo.
“Tem que parar, lógico. O carro tem que parar para o pedestre. Mas quando eu estou dirigindo fico muito brava em ter que parar”, confessa a funcionária administrativa Andrea Cerussi.
Com mais educação, os atropelamentos entre maio e junho em São Paulo caíram 7,5%. No Centro, com ainda mais fiscalização, a queda foi de 36%. Ainda assim, o desrespeito aos pedestres gera em média 1,2 mil multas por dia.
O problema é que agora tem muito pedestre se achando dono da rua, atravessando de qualquer maneira, sem fazer sinal, como se o motorista tivesse a obrigação de adivinhar a intenção dele ao se aproximar da faixa. Esse pedestre é perigoso e vai ser alvo de uma nova campanha educativa.
O foco é no tipo displicente e naquele que agora age como um rei abusado. “Dizer para o rei que ele é rei, ele é a parte mais vulnerável, mas ele também tem que obedecer às regras”, avisa Irineu Gnecco, diretor da companhia de tráfego.
Obedecer e sinalizar. “Tem que ficar esperando. Não faço nenhum sinal porque não adianta”, diz um senhor. Adianta, sim! Ainda mais quando o pedestre acena e olha no olho do motorista.
É verdade que ainda falta consideração com a famosa faixa, que nem toda rua tem uma e que até quem devia cuidar do trânsito, às vezes, passa por cima da lei.
Mas o gesto impaciente do pedestre que exige respeito e o agradecimento ao motorista educado, cada vez mais comuns, sinalizam mudanças de comportamento: na direção certa e em uma velocidade bem razoável.
fonte: globo.com
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