Segundo o coronel Jair Paca de Lima, coordenador da Defesa Civil do município, as duas vítimas do acidente desta sexta-feira faziam a limpeza do canteiro no momento do acidente, que poderia ter sido pior caso o guindaste - cujo comprimento varia entre 20 e 25 metros - caísse sobre a Avenida Ibirapuera, para onde estava virado.
- A lança retorceu, em “L”, e caiu para dentro do canteiro. O acidente teria sido muito pior se ela tivesse caído reta, aí atingiria a fiação e carros na avenida (Ibirapuera). Essa é daquelas situações que a gente diz que um anjo da guarda impediu uma tragédia ainda maior - salienta Lima, que informou não ser necessário paralisar a obra.
Os operários mortos são funcionários de uma empresa contratada pelo Consórcio Heleno Fonseca/ TRIUNFO-IESA, vencedora da licitação para um dos lotes de ampliação da Linha 5. A estação deverá entrar em funcionamento no segundo semestre de 2015, segundo Walter Castro, diretor de engenharia e construção do Metrô.
- Parece que foi uma peça que soltou e a grua desabou – disse um operário que trabalha no canteiro e não quis ser identificado.
- Foi tudo muito rápido. Vimos uma correria e o guindaste caindo em cima dos dois, que não tiveram tempo de escapar – contou um ambulante que trabalha próximo ao canteiro de obras.
Tanto a Defesa Civil Municipal quanto a Companhia do Metropolitano (Metrô) informaram que só a perícia técnica pode determinar as causas do acidente. No momento da queda, um funcionário do consórcio operava o guindaste, mas não se feriu. Ele estaria em estado de choque e deve ser ouvido nos próximos dias pela polícia.
O Metrô disse, em nota à imprensa, ter aberto uma sindicância para apurar as causas e responsabilidades do acidente. “A apuração será conduzida pela Gerência de Engenharia de Obras da Linha 5-Lilás. O Metrô lamenta profundamente os falecimentos e informa que, além de uma rigorosa investigação, prestará plena assistência às famílias das vítimas”, diz a nota.
- Não há um prazo para a conclusão da sindicância. Pessoas envolvidas serão ouvidas e as responsabilidades, apuradas. E também dependemos do inquérito da Polícia Civil para a conclusão - ressaltou Walter Castro, diretor de engenharia e construção do Metrô.
Em 12 de janeiro de 2007, um acidente no canteiro de obras da estação Pinheiros (Linha 4-Amarela) deixou sete mortos. Na ocasião, uma cratera se abriu no local engolindo carros e equipamentos e danificando casas próximas.
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