quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Biólogo explica as melhores formas de combater o mosquito da dengue


Os cariocas, a pedido da prefeitura do Rio de Janeiro, se mobilizam para controlar a proliferação do mosquito da dengue na cidade. De acordo com a secretaria municipal de Saúde do Rio de Janeiro acredita que a população está prestes a enfrentar o que espera ser a maior epidemia de dengue da história da cidade.
Por conta disso, são promovidos, em diversos pontos da cidade, caminhadas para incentivar a população a não recuar no combate ao mosquito da dengue. Profissionais de saúde participaram da ação, orientando as pessoas a identificar possíveis focos do mosquito transmissor da doença. Todas as unidades de saúde da cidade e algumas escolas municipais participaram da atividade.
Em entrevista ao Jornal do Brasil, o biólogo e consultor da Associação Brasileira de Controle de Vetores e Pregas (ABCVP), Jair Rosa Duarte, orienta como fazer para combater o mosquito da dengue.

JB: Quais são as principais medidas de prevenção ao mosquito da dengue que a população deve tomar?
A principal medida de prevenção da proliferação do Aedes aegypti  é realizar uma inspeção por semana eliminando acúmulo de água em todos os tipos de recipientes que possam acumular água. Após a eclosão das larvas dos ovos os mosquitos atingirão a fase adulta e alada  em sete dias e estarão aptos a se infectar e transmitir os virus da dengue. Assim, uma inspeção semanal bem realizada impedirá a proliferação.
O IBGE registrou que o Brasil tem uma média de quatro moradores por domicílio, o que facilita a inspeção semanal. É importante que a família entenda essas informações e informem vizinhos e parentes, ampliando o máximo possível a ação contra o vetor da dengue, as calhas das casas merecem atenção especial. É comum que folhas das árvores obstruam os canos que impedem o acúmulo de água. Devem ser verificados sistematicamente evitando esse importante e despercebido criadouro de mosquitos. Caixas d'águas e sisternas devem ser bem vedadas e também inspecionadas semananalmente. Nos ladrões das caixas d'água devem ser colocadas telas que impeçam a entrada de mosquitos para evitar transbordamento.

Encher os pratinhos de planta é uma boa saída, mas não se deve esquecer de tampar recipientes


As janelas que precisem ficar abertas devem receber telas adequadas que evitem a entrada de mosquitos. É muito importante que as medidas de controle não se restrinjam ao Aedes aegypti, mas também ao Culex quinquefasciatus, o pernilongo comum, que pica durante à noite. Ele pode vir a transmitir o vírus do Nilo ocidental, já detectado circulando em Mato Grosso. O Culex prolifera em águas com maior teor de matéria orgânica e que proliferam em rios e córregos obstruidos por lixo e detritos de um modo geral. Focos importantes de Culex são as obras em áreas públicas que atualmente acontecem em todas as regiões. Os moradores devem denunciar e cobrar medidas adequadas aos responsáveis (governos e empresas).

JB: Há alguma receita caseira para combater o mosquito?

Circulam muitas sugestões para eliminar criadouros de mosquitos, como a borra de café  e repelentes vegetais. De uma maneira geral essas práticas não funcionam adequadamente e acabam dando uma falsa noção de proteção, o que pode ser perigoso. Recipientes para plantas devem estar sempre preenchidos com areia, que deve ser reposta sempre que o nível estiver reduzido.

Quais são os mitos a respeito do mosquito da dengue e sua proliferação?
O principal é que o mosquito vetor da dengue só pica durante o dia. Os mosquitos que estão abrigados em repouso durante a noite e que sejam perturbados começam a voar e podem picar as pessoas. Isso acontece comumente com mosquitos abrigados sob mesas e outros utensílios domésticos e se deparam com as pernas das pessoas. A fêmea do Aedes aegypti é a fêmea mais ávida por sangue de todas as fêmeas dos mosquitos. Mesmo já alimentada com sangue, ela volta a picar. Esse fato acontece com a fêmea do Aedes agypti numa faixa de mais de 60% das vezes em que surge essa oportunidade. Nas fêmeas de outras espécies, dificilmente chega a 30%.

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