terça-feira, 22 de maio de 2012

Metroviários de SP decidem entrar em greve a partir desta quarta-feira


Audiência com representantes do Metrô terminou sem acordo.


Ferroviários das linhas 11 e 12 da CPTM também decidem cruzar os braços.

Roney Domingos Do G1 SP
Metroviários aprovam paralisação em assembleia nesta terça-feira (Foto: Daniel Teixeira/Agência Estado)
 
Sindicatos que representam trabalhadores do Metrô e das linhas 11 e 12 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) decidiram na noite de terça-feira (22) declarar greve a partir da 0h de quarta-feira (23). Nos dois casos, decisões da Justiça do Trabalho determinam que o efetivo seja mantido sob pena de multa.

Caso os sindicatos descumpram a decisão, Metrô e CPTM afirmam que aproximadamente 4,8 milhões de passageiros podem ser afetados.

Por causa da declaração de greve, o rodízio municipal de veículos, que nesta quarta limitaria a circulação de carros com placas finais 5 e 6, será suspenso, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). A SPTrans acionará o Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese) e estenderá as linhas com destino às estações do Metrô até a região central de São Paulo.

Em nota, a CPTM informou que os sindicatos das linhas 7, 8, 9 e 10 continuam em negociação e as linhas vão operar normalmente. A concessionária ViaQuatro informou que a Linha 4-Amarela vai operar sem restrições, já que seus trabalhadores são vinculados a outro sindicato.

Greve no Metrô
A decisão do Sindicato dos Metroviários de São Paulo de optar pela paralisação ocorreu após uma audiência com representantes do Metrô que terminou sem acordo. A Justiça do Trabalho determinou, no entanto, que o sindicato dos Metroviários mantenha 100% da frota funcionando durante os horários de pico e 85% nos demais horários e proibiu a liberaração das catracas.

Caso as determinações não sejam cumpridas, o sindicato terá que pagar multa de R$ 100 mil diários. Os horários de pico são das 5h até as 9h e das 17h às 20h. A audiência de conciliação desta tarde foi realizada no Tribunal Regional do Trabalho - 2ª Região, e mediada pela desembargadora e vice-presidente do tribunal, Anélia Li Chum.

O presidente do sindicato, Altino de Melo Prazeres Júnior, criticou o andamento das negociações. “Para não prejudicar a população de São Paulo, nós propusemos a catraca livre, mas não foi aceito. Além disso, fizemos algumas reconsiderações para sair do impasse, mas o Metrô respondeu com propostas menores do que as da Justiça. Não tivemos outra alternativa a não ser a paralisação”, afirmou.

Ele disse que espera a adesão de 90% da categoria e considera que vão parar todas as linhas, com exceção da Linha 4-Amarela. O presidente do sindicato disse que não vai atender à determinação de manter 100% de operação em horário de pico e que vai recorrer contra eventuais multas.
Segundo o presidente, os turnos da noite (que começa à meia-noite) e da manhã não irão entrar para trabalhar. “Se nesse período houver alguma proposta do Metrô, vamos realizar uma assembleia ao meio-dia para decidir o que fazer.”

Reivindicação
Os metroviários reivindicam 5,13% de reajuste salarial, 14,99% de aumento real, vale-alimentação de R$ 280,45 e reajuste de 23,44% no vale-refeição, além de equiparação salarial, 36 horas semanais, periculosidade sobre todos os vencimentos, adicional de risco de vida de 30%, plano de saúde acessível para os aposentados e reintegração dos demitidos em 2007.

Durante a audiência desta tarde, a companhia propôs reposição da inflação pelo Índice Nacional de Preços (IPC) e aumento real de 1,5%. Os metroviários mantiveram reivindicação de reajuste pelo ICV/Dieese mais 14,99% de aumento real, mas declararam-se dispostos a rever o número conforme o resultado global da negociação. A desembargadora propôs reajuste pelo INPC mais 1,5% de aumento real.

O Metrô propôs vale-alimentação de R$ 158,57 enquanto os metroviários mantiveram a reivindicação de R$ 280,45. A desembargadora propôs R$ 218. Em relação ao vale-refeição, o Metrô propôs elevar o valor para R$ 21 e o sindicato manteve a reivindicação de R$ 25,25. A desembaregadora propos R$ 23.
Há divergências também sobre o adicional de risco para agentes de segurança e de plataforma, sobre a equiparação salarial de funcionários que exercem as mesmas funções, adicional de periculosidade, aumento da contribuição do Metrô nos planos de saúde dos funcionários e readmissão de 61 grevistas demitidos em 2007.

Os dois lados concordaram apenas em montar comissões para discutir pontos mais polêmicos como a distribuição de participação nos resultados e a jornada de trabalho dos funcionários que iniciam ou terminam seus turnos fora do horário de funcionamento do sistema de transporte público.
Em nota, a Secretaria de Transportes Metropolitanos informou que o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) também concordaram em consolidar todas as cláusulas sociais presentes nos atuais dissídios coletivos e estão dispostos a debater eventuais pendências remanescentes.

Linhas 11 e 12 da CPTM
O Sindicato dos Trabalhadores da Central do Brasil, que representa funcionários das linhas 11-Coral (Luz-Guaianazes, com extensão Estudantes, em Mogi das Cruzes) e 12-Safira  (Brás/Calmon Viana), em assembleia realizada na noite desta terça-feira (22), decidiu entrar em greve a partir da 0h desta quarta-feira (23), por tempo indeterminado. Está prevista uma nova assembleia às 18h desta quarta, para avaliar a paralisação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário